Título relâmpago, estreia do Ninho do Urubu e indicações equivocadas fazem parte da história do treinador na Gávea. Volta ao clube está marcada para esta quarta-feira.
Passaram-se sete anos e Ney Franco está de volta ao Flamengo. Um período que serviu para ganhar experiência e amadurecer suas ideias e o trabalho como treinador, e que será apresentado nesta quarta-feira, no Ninho do Urubu, onde já comandará seu primeiro treinamento. Foi seu sucesso em 2006 no comando do Ipatinga, num trabalho em parceria com o Cruzeiro, que levou o vice-presidente de futebol rubro-negro na época, Kleber Leite, a contratá-lo para substituir Waldemar Lemos, que havia levado o time à final da Copa do Brasil eliminando justamente o seu sucessor no cargo.
Então com 40 anos de idade, Ney Franco ainda não havia passado pela experiência de comandar um grande clube, com exceção de momentos como interino do Cruzeiro, quando trabalhava nas categorias de base. Logo em sua estreia, foi chamado de burro no empate por 2 a 2 com o Santos, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro, mas teria a chance de mostrar seu potencial em seguida.
Com a paralisação para a Copa do Mundo de 2006, o Flamengo acertou uma excursão para o Norte e Nordeste. Nela, Ney Franco ganhou tempo para preparar o time, que teria a final da Copa do Brasil pela frente contra o Vasco. O novo treinador promoveu Renato Augusto nos amistosos realizados em Manaus, Boavista e São Luís e o colocou como novo camisa 10, surpreendendo a todos.
Na volta do Flamengo ao Rio de Janeiro, Ney Franco perdeu dois jogos pelo Brasileiro, um deles contra o próprio Vasco. Diante disso, decidiu fazer um treinamento secreto e levou os jogadores para desbravar o Ninho do Urubu. Lá, montou o time com três zagueiros, surpreendeu Renato Gaúcho e venceu o primeiro jogo da final da Copa do Brasil por 2 a 0. Na decisão, nova vitória por 1 a 0 e o título.
Antes mesmo de Ney Franco ser contratado, o Flamengo já havia se reforçado com jogadores do interior de Minas Gerais, principalmente do Ipatinga. Walter Minhoca, Léo Medeiros, Diego Silva e Paulinho já estavam no elenco. No restante do Brasileirão, o time apenas se manteve distante da zona de rebaixamento, de olho na Taça Libertadores de 2007.
No entanto, fez uma indicação ainda em 2006 que daria o que falar no Flamengo. O goleiro Bruno, que pertencia ao Atlético-MG e não teve chances no Corinthians, foi contratado e se tornou um dos ícones do time até a conquista do Brasileiro de 2009. No entanto, acabou preso em 2010, acusado de homicídio de Eliza Samudio, com quem teve um filho.
Reforços equivocados
Ao fim da temporada de 2006, o time foi ao mercado. Na época de contratações para a Libertadores, Ney Franco cometeu seu maior pecado. Ele indicou mais jogadores com os quais havia trabalhado no interior de Minas Gerais, como os zagueiros Irineu e Moisés, os volantes Jaílton e Leandro Salino, além do lateral-direito Luizinho. Mesmo conquistando o título carioca, a eliminação da Libertadores pelo Defensor, do Uruguai, no Maracanã, e o mau começo no Brasileiro resultaram em sua demissão.
Agora, sete anos depois, Ney Franco recebe uma nova chance de ser técnico do Flamengo. Mais maduro, conhecendo melhor a cidade onde vai morar e com experiência em outros grandes clubes (São Paulo, Botafogo, Coritiba e Vitória, além da seleção brasileira sub-20), ele volta para escrever um novo capítulo e deixar para trás o rótulo da república do pão de queijo. Fonte: GE
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