20 maio 2014

Wallace encara pressão no Flamengo: “É zona de desconforto”

Sem querer posar de líder, zagueiro fala pelo grupo depois de mais uma derrota no Campeonato Brasileiro e proximidade da zona de rebaixamento.

As mudanças no Flamengo estão acontecendo, dos bastidores ao campo de jogo e até na barba do zagueiro Wallace. A pressão é grande por resultados depois de um mau começo no Campeonato Brasileiro, que deixou o time na 16ª colocação, com apenas quatro pontos conquistados. Depois de mais uma derrota, desta vez por 2 a 0 para o São Paulo, no Maracanã, a expectativa por explicações para o fracasso na estreia de Ney Franco no comando do time recaiu sobre o comandante da defesa.

Wallace não se colocou como líder do grupo, mas acabou mostrando nas palavras se comportar como tal. Sem medi-las, colocou em pratos limpos o que pensa do momento atual do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Vidraça na dificuldade, não demonstrou qualquer receio das pedras que serão atiradas.

- Tenho que me expor e dar explicação. O torcedor quer explicação de alguém e cabe a mim fazer o mínimo que é vir aqui e dar um alento. Não que eu tenha pretensão de ser líder, mas quando sou solicitado, tenho que falar a verdade. A gente já vive em um futebol de mentira. Um torcedor falou para mim que o Flamengo é um lugar onde não tem zona de conforto, é zona sem conforto. Tem que entender isso e fazer. Não posso ficar na zona de conforto – afirmou Wallace.

Na arquibancada do Maracanã, o pedido de raça ecoou durante a derrota para o São Paulo, a terceira em cinco rodadas no Campeonato Brasileiro. Wallace discordou. Para ele, os torcedores estão no seu direito de protestar, mas poderiam ter razão com outras exigências.

- Discordo desse pedido de raça. O time tem corrido, bastante, até errado. O torcedor é passional e tem o direito de pensar assim. Acho que foi até uma minoria. Mas falta muito mais. O padrão que o time terminou ano passado não se encaixou esse ano. Há muitas mudanças, sai um, entra outro, o esquema mudou. O torcedor paga ingresso para consumir o melhor e tem todo direito de pedir um time melhor. Isso eu aceito – comentou o zagueiro.

Antes do início do Campeonato Brasileiro, Wallace traçou uma meta que acabou sendo tratada como definida pelo grupo. O zagueiro disse que ele havia estipulado individualmente a necessidade de se conquistar seis vitórias nos primeiros nove jogos, algo inalcançável no momento. O máximo que o time poderia conseguir seriam cinco vitórias, ainda assim vencendo os próximos quatro confrontos.

- Essa era um meta de quem quer ser campeão, mas minha. Não conseguimos e precisamos trabalhar com o que temos, somando o maior número de pontos para encostarmos no pelotão da frente e passo a passo pensar em título – disse.

Wallace, no entanto, sabe que a caminhada deve ser longa. Ele mesmo garante que o time ainda está distante do que precisa render em campo para alcançar seus objetivos. Nos primeiros cinco jogos, o time sofreu oito gols e marcou apenas quatro, deixando evidente o seu desequilíbrio.

- Poucas vezes se analisa o desempenho. Se ganhássemos jogando mal, como aconteceu contra o Palmeiras, talvez o time não fosse tão criticado. Falta equilíbrio. Sofremos um número alto de gols porque o time não estava compacto. Não chegamos com afinco à frente e ainda ficamos expostos. Isso não é de agora. Mudou o padrão, poucas vezes se repetiu o time. Pesa e quando o resultado não vem fica mais latente – explicou o zagueiro. Fonte: GE

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