29 outubro 2014

Andrade, sobre o Fla dos anos 1980: "Acho que o Barcelona nos copiou"

O Flamengo marcou época nos anos 80 com uma formação base que tinha Raul, Leandro, Marinho (Figueiredo), Mozer, Júnior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico. 

Sob o comando de Cláudio Coutinho (1980-81), Carpegiani (1981-83) e Carlos Alberto Torres (1983), foi campeão do Mundial (1981), da Libertadores da América (1981), tricampeão brasileiro (1980, 82 e 83) e campeão carioca (1981). Vítima no primeiro título brasileiro, o goleiro João Leite, que jogava no Atlético-MG, destaca a posse de bola do time rubro-negro da época:

- A gente via o Barcelona do Guardiola e hoje o Bayern de Munique e lembra do estilo do Flamengo. Eu tinha raiva porque não tinha cruzamento nem bola levantada na área nem chute de longe. 

Iam na ponta, depois voltavam, viravam a bola para Andrade, depois para o Júnior. Tenho dor na coluna até hoje por esperar o Flamengo definir uma jogada - brincou o ex-goleiro, em encontro de quatro ídolos dos clubes semifinalistas da Copa do Brasil no "Arena SporTV".

Um dos craques daquele time, Andrade acha que o time catalão "copiou" o jeito de jogar da equipe carioca em seus anos vitoriosos recentes.

- O Flamengo tinha como ponto forte a posse de bola. Não tínhamos pressa para chegar ao gol, a gente trabalhava bem a bola. Foi Coutinho quem implantou essa filosofia, e o Flamengo fazia muito bem. 

Acredito que o Barcelona tenha nos copiado. Participamos duas vezes do troféu Ramon de Carranza (1979 e 1980) e vencemos. Eles não têm vergonha de copiar e observar, como nós temos. 

Quando copiamos, queremos copiar tudo. Acho que depois de 1982, que o Brasil tinha uma grande seleção e não venceu, acabamos copiamos tudo e hoje parecemos mais europeus do que brasileiros. Inverteu a coisa. Essa mudança se deu muito pela não vitória na Copa de 82 - opinou o ex-jogador.

Com mais de dez anos de Gávea e voltando em 2009 para ser também um treinador vitorioso, faturando o Brasileirão, Andrade recebeu o apoio de outros ex-craques:
- Passamos de professores a alunos. Querendo aprender uma coisa que a gente já fazia. Tem de começar na base, fazer com que os meninos entendam que o futebol brasileiro não mudou - observou Lima, ex-craque do Santos.

- Estão robotizando a base. Cobram resultados ao invés de se preocupar que o jogador tenha improvisação e malícia - destacou Dirceu Lopes, ex-atleta do Cruzeiro. Fonte: Sportv

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