É o que sugere uma detalhada análise econômico-financeira do futebol brasileiro feita pelo Itaú BBA, banco de atacado e investimentos do Grupo Itaú, um dos patrocinadores das transmissões de futebol da Globo.
Ao lado do Flamengo, maior receita do futebol com TV em 2013, o Corinthians ajudou a Globo a implodir o modelo vigente até 2011, em que uma entidade (o Clube dos 13) repassava cotas aos clubes. Para não correr o risco de perder os direitos para a Record ou RedeTV!, uma vez que o Clube dos 13 teve obrigatoriamente que fazer concorrência entre as TVs, a Globo passou a negociar diretamente com os clubes. O São Paulo era favorável a negociar com o Clube dos 13.
O novo acordo foi bom para o futebol. As receitas com TV saltaram de R$ 591 milhões em 2010 para R$ 1,3 bilhão em 2012, mais do que o dobro. Mas recuaram 15% em 2013, para R$ 1,1 bilhão. Além de Corinthians e São Paulo, teriam recebido luvas em 2012 o Internacional, o Atlético-MG, o Santos e o Grêmio, indica o estudo, obtido com exclusividade pelo Notícias da TV.
Sem luvas, o Corinthians foi o time que mais perdeu receita com televisão no ano passado. Depois de receber R$ 154 milhões em 2012, ano em que ganhou a Libertadores e o Mundial de Clubes, viu em 2013 somente R$ 103 milhões da TV, uma redução de R$ 51 milhões (33%).
Para César Grafietti, gerente de crédito do Itaú BBA e responsável pelo estudo, mais do que a perda de receitas por não ter disputado finais importantes em 2013, o que pesou no caso do Corinthians foram luvas pagas pela Globo. O caso do Atlético-MG ilustra bem essa tese: mesmo ganhando a Libertadores em 2013, o clube recebeu R$ 17 milhões a menos de direitos de TV do que em 2012.
Acreditávamos que os números de 2012 refletiam a nova realidade de receitas com TV. Mas os números ora apresentados nos indicam que em 2012 haviam receitas não recorrentes, possivelmente fruto de luvas referentes à assinatura de contratos de longo prazo, diz relatório do Itaú BBA. As oscilações de Corinthians, Internacional, São Paulo e Santos são tão significativas que só se explicam dessa forma.
Grafietti afirma que os valores de 2013 é que são a nova realidade dos direitos de TV do futebol nacional. Ele salienta que trabalhou com hipóteses, uma vez que teve acesso apenas aos balanços publicados pelos clubes; não houve uma checagem direta com as agremiações. Confira as receitas de TV dos clubes, desde 2010.
O estudo do Itaú BBA mostra que o futebol brasileiro é hoje um dos mais dependentes das receitas de TV do mundo. Fonte: Estadio Vip
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